A espécie de boina que homens judeus usam para cobrir a cabeça chama-se quipá. Entre os próprios judeus lusófonos, a grafia mais usual é com “k”, kipá – mas, a rigor, as regras ortográficas em vigor mandam que se use a grafia com “qu”.
Apesar de o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa ter introduzido as letras k, w e y no alfabeto português, o Acordo é explícito ao determinar que essas três letras só podem ser usadas em nomes próprios vindos de outras línguas e em seus derivados (como Kant, kantiano, Kuwait, kuwaitiano, Washington, washingtoniano, Myanmar, myanmarense, etc.).
Em todos os demais casos, deve-se substituir o “k” por “c“ ou “qu“, conforme o caso: quilo (e não kilo); cartódromo (e não kartódromo); caratê (e não karatê); quibe (e não kibe); coala (e não koala); uísque (e não whisky); carma (e não karma), caraoquê (e não karaoke); e quipá, melhor que kipá.
Quanto ao gênero de quipá: apesar de se ouvir, em meios leigos, “o quipá” (o que seguiria a lógica de quase todos os substantivos terminados em “-á” em português, que são masculinos), a forma usada pelos próprios judeus brasileiros e portugueses é sempre a feminina: uma quipá, a quipá (forma aceita pelos dicionários e vocabulários). É o mesmo que ocorre com o livro sagrado dos judeus – a Torá, também usada no feminino.